Embora nos tempos atuais as pesquisas clínicas tenham sido duramente impactadas pela pandemia da COVID-19, algumas paralisadas para ceder lugar a estudos envolvendo terapêuticas voltadas a doença pelo vírus SARS-CoV-2 ou vacinas preventivas, outras em ritmo retardado devido à dificuldade de viagens e monitorias presenciais, as equipes tem- se adaptado e seguem trabalhando. Estas dificuldades tem acelerado algumas transformações que já vinham em curso, com incorporações de mais trabalho remoto e adaptações muitas vezes positivas que vieram para ficar.
Os desenvolvimentos de medicamentos incrementais e soluções advindas de empresas menores e olhar inovador continuam em alta, com perspectivas de crescimento contínuo nos próximos anos. Os estudos clínicos envolvendo medicamentos tem sido inexoravelmente moldados por ferramentas tecnológicas, dispositivos de saúde com captação e transmissão de dados remotos, dados de vida real e inteligência artificial.
Há muitas oportunidades para desenvolvimentos incrementais de medicamentos e produtos para saúde, em especial soluções direcionadas ao bem estar e facilidade de uso pelos pacientes. Inovações voltadas para melhoria da segurança de produtos, adaptados para uso facilitado e conveniência, ou mesmo utilização por populações idosas com limitações crônicas são cada vez mais demandadas com boa receptividade do mercado.
Os estudos de vida real tem avançado para prover informações em diferentes áreas, não só a geração de dados de produtos e uso real pela população, mas também utilizados na pré-seleção de voluntários para estudo, seleção de centros de pesquisa com potencial de inclusão de pacientes, além de estudos híbridos com utilização de dados de vida real e captação adicional de informações prospectivas de participantes de pesquisa.
Tradicionalmente a etapa clínica de qualquer desenvolvimento de medicamentos ou produtos para saúde é a mais longa e onerosa. No entanto, novos modelos de delineamentos de estudos com respostas clínicas mais ágeis, busca por biomarcadores que gerem informações genotípicas além da dimensão clínica, assim como incorporação de tecnologias digitais estão transformando o ambiente das pesquisas clínicas.
Inclusive, há a expectativa que no futuro não distante não existam mais estudos de fase I, II, III e IV, mas delineamento de estudos de acordo com o objetivo a ser demonstrado em modelos de execução adaptativos e dinâmicos, com alta complexidade logística envolvida.
Demorou, mas a tecnologia digital tem duramente afetado a indústria da saúde, demandando uma capacidade de adaptação mais dinâmica das empresas, motivado pela mudança na expectativa dos clientes em relação aos produtos e soluções do setor.
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