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Drogas Psicodélicas - novas oportunidades para o mercado farmacêutico.



Com a cannabis já estamos vivenciando a migração de uma droga de uso recreativo para medicamentos, e a próxima experiencia será com as drogas psicodélicas.


Mas quais são estas drogas?

As drogas mais conhecidas são: LSD (dietilamida do ácido lisérgico), Psilocibina (extraída de cogumelos alucinógenos), DMT/Ayahuasca (dimetiltriptamina, presente em várias plantas), Mescalina (extraída de alguns tipos de cactos), MDMA (metilenodioximetanfetamina, droga sintética conhecida como Ecstasy ou Molly), Cetamina ou Ketamina (medicação sintética de uso em anestesias), Ibogaína (extraída de uma planta).

Temos um histórico de uso religioso ou recreativo destas drogas, mas hoje já existem estudos que apontam para várias utilizações terapêuticas, tais como: dor, depressão, dependência química, ansiedade, alguns tipos de cefaleia entre outros; o uso mais consagrado é em depressão resistente, síndrome do pânico e estresse pós-traumático.

Saúde mental

As condições de saúde mental da população são muito relevantes pois tem um efeito substancial em todas as áreas da vida, tais como: rendimento escolar, desempenho profissional, relacionamento com a família e amigos e a participação na comunidade.

Cerca de 20% das crianças e adolescentes em todo o mundo têm um problema de saúde mental, sendo o suicídio a segunda causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos. Aproximadamente uma em cada cinco pessoas em ambientes pós-conflito tem um problema de saúde mental.

A Organização Mundial de Saúde estima que a depressão e a ansiedade custam à economia global US $ 1 trilhão por ano afetando cerca de 330 milhões de pessoas, e a depressão é condição mais incapacitante. Portanto, uma inovação efetiva nesta área seria muito bem-vinda.

Uma nova terapia

Temos hoje um grande arsenal terapêutico, principalmente para o tratamento de depressão e ansiedade. Segundo o portal Medgadget, o mercado global de medicamentos antidepressivos está avaliado em US$ 13,69 bilhões em 2018 e deve atingir US$ 15,88 bilhões em 2025, com um CAGR (Compound Annual Growth Rate) de 2,15% durante o período.

A questão é que muitos pacientes não respondem aos tratamentos atuais de forma satisfatória, e para estes pacientes, as drogas psicodélicas podem trazer uma nova possibilidade de melhora.

Apesar de ser uma terapia ainda questionada em vários países, as drogas psicodélicas já têm um mercado global considerável; o Medgadget estima valores acima de US $ 4,23 bilhões em 2019 e prevê um crescimento de 13,6% CAGR de 2020 a 2030.

A previsão otimista está amparada na evolução das pesquisas nas grandes corporações e a proliferação startups, que buscam a padronização do cultivo e/ou desenvolvimento de formas sintéticas.

Percebemos que cada vez mais estes produtos começam a ganhar espaço área terapêutica, principalmente na psiquiatria. Esta utilização vem amparada por estudos clínicos conduzidos em centros de referência como as universidades da Califórnia e Johns Hopkins nos Estados Unidos, a Maastricht na Holanda, e no Brasil nas Universidades Federais do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e a Unicamp.

O futuro

O FDA já aprovou o primeiro medicamento psicodélico para depressão refratária, mas sabemos que muitos estudos ainda necessitam ser feitos, e várias agências regulatórias necessitam adequar-se e capacitar-se para analise a aprovação dos medicamentos para que sejam disponibilizados para os pacientes. Vamos acompanhar...


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